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  • Esta é uma decisão que sendo trágica para os interesses do país, não é menos grave no seu impacto para os interesses da região do Algarve, cuja principal actividade – o turismo – está profundamente dependente de uma infra-estrutura como o Aeroporto de Faro. A ir por diante esta privatização, esta importante infra-estrutura ficará única e exclusivamente subordinada aos interesses do grupo económico que a pretende adquirir, sendo que o aumento brutal das taxas aeroportuárias no Aeroporto de Lisboa entretanto anunciado, é bem o exemplo dos perigos que esta opção encerra. O mesmo se poderá dizer das futuras condições de trabalho de centenas de trabalhadores do Aeroporto de Faro que, à semelhança de outras privatizações, poderão ver os seus direitos, postos de trabalho e remunerações ainda mais ameaçados.

  • Tendo este processo decorrido sobre o falso pretexto do equilíbrio das contas públicas, importa sublinhar que os”impressionantes” 3 mil milhões de euros de encaixe conjuntural têm que ser comparados com o que as contas públicas perdem de forma estrutural. Lembramos que só nos últimos 10 anos a ANA representou um encaixe de 2 mil milhões entre as receitas que entregou e o investimento público que assumiu. Acrescente-se ainda que foi graças às receitas da ANA que ao longo das últimas décadas se concretizou uma importante modernização da rede aeroportuária nacional (incluindo no Algarve). É ainda a manutenção e desenvolvimento da rede aeroportuária nacional, incluindo em Faro, que fica em causa, dado os resultados deficitários da generalidade dos aeroportos do País, por tráfego insuficiente, e que só uma empresa pública, nacional, com integração de todas as infra-estruturas como a ANA, permite assegurar.

  • Não estando ainda concluído este processo o PCP reafirma que a luta contra esta criminosa privatização deve prosseguir, contando com a activa participação dos trabalhadores da ANA, mas contando igualmente com a luta dos trabalhadores de todo o sector aéreo nacional cuja viabilidade fica ameaçada, e contando ainda com a luta de um vasto e consequente conjunto de patriotas portugueses, que não reconhecem a nenhum governo legitimidade para privatizar e destruir uma das mais importantes empresas do país e de entregar à lógica do lucro privado uma das mais estratégicas infra-estruturas nacionais.

  • Para o PCP a privatização da ANA – e o seu contrato de concessão – cujo processo se iniciou há largos anos e contou com a colaboração de sucessivos governos, sendo contrário aos interesses do país, acabará por colocar, a um futuro governo patriótico e de esquerda, a necessidade de o reverter.

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    O Secretariado da DORAL do PCP