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Comício CDU em Faro

16 Maio 2019


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Intervenção de Rui Ribeiro

Candidato do Algarve na lista CDU ao Parlmento Europeu

 

Estimados Camaradas e amigos,

Uma saudação a todos os camaradas e amigos presentes. A todos os democratas que se juntam a esta grande coligação comunista e ecologista aqui em Faro, movidos por uma visão conjunta que permita o pais avançar, crescer e desenvolver-se livre e soberano, cumprindo a promessa que Abril que tanto custou a concretizar.

45 anos passados do 25 de Abril, os ataques às liberdades conquistadas e consignadas depois na Constituição da Republica continuam, cada vez mais ferozes, não hesitando em usar a mentira e os poderosos meios de comunicação à sua disposição.

45 anos depois há quem continue a querer reescrever a história, afirmando publicamente que não existiu fascismo em Portugal.

Mas o país não esquece e a CDU tudo fará para que não se esqueça. A pobreza, a miséria, o trabalho infantil, a repressão laboral, a emigração em massa, o analfabetismo

O quase um milhão de jovens foi mobilizado para a Guerra Colonial. Uma polícia política, a PIDE, que perseguia, prendia, torturava, e que também matou muitos daqueles que se lhe opunham.

Também há aqueles que, em Portugal, olhando para as vitórias da extrema direita na Europa, encolhem os ombros e dizem sorrindo que não, que é mentira, que partidos abertamente xenófobos e que promovam o ódio, numa mistura moderna de Trump e Bolsonaro com Franquismo, não são de extrema-direita.

Quando tanto se fala de Portugal ser apenas um dos 4 países sem extrema direita nas suas Assembleias, é assim que defendem a democracia o líder do PSD e o primeiro Candidato do CDS. São estas as lágrimas de crocodilo que choram pelas recentes vitórias da extrema direita por essa Europa.

Camaradas e amigos,

Este é um discurso que nos preocupa, mas não um que nos admire.

Foi com o anterior Governo PSD/CDS, que se foi mais longe do que nunca no ataque ao regime democrático e no agravamento da exploração e o empobrecimento. Não esquecemos os cortes nos salários e pensões, a privatização de empresas públicas e estratégicas como os Correios ou os Aeroportos, que mais de meio milhão de portugueses, sobretudo jovens, foram empurrados para fora do País, que os serviços públicos foram duramente atingidos com cortes financeiros e encerramento de serviços.

Com a derrota de ambos e o passo decisivo do PCP foi possível fazer o país mudar de rumo, interrompendo a linha de cortes temporários que já se afiguravam permanentes e iniciando uma luta justa pela devolução de salários, pensões e direitos.

Foi por isso que a CDU valorizou e valoriza a nova fase da vida política nacional. Pela interrupção e devoluções, mas também por outras iniciativas que, com a nossa iniciativa e contributo foi possível fazer avançar.

Por vezes camaradas e amigos, quando andamos em campanha por este Algarve fora, ouvindo aquilo que os trabalhadores e o povo nos dizem, há muito quem veja apenas um copo meio vazio ou uma mão cheia de nada. A esses, esclarecemos com as medidas e as vitórias alcançadas:

A recuperação de salários, a redução dos horários de trabalho, a reposição do subsídio de Natal, dos 4 feriados, os aumentos das reformas e pensões, a redução do IMI, os manuais escolares gratuitos, a redução de propinas, com o alargamento e a majoração de abonos de família, a redução do preço dos passes sociais; a eliminação do Pagamento Especial por Conta e tantas outras.

Mas camaradas e amigos estamos bem conscientes de tudo o que ainda temos de alcançar. Tudo o que propusemos e vimos chumbado, tudo o que une PS, PSD e CDS na manutenção do ciclo de baixos salários e precariedade.

Propusemos o aumento do salário mínimo em 2019 para 650€ para o sector público e privado. PS, PSD e CDS chumbaram.

Propusemos a revogação das normas gravosas da legislação laboral, como a caducidade dos contratos coletivos de trabalho. PS, PSD e CDS chumbaram.

Propusemos, por 12 vezes, a abolição das portagens na A22 e adivinhem... PS, PSD e CDS chumbaram.

Na União Europeia propusemos uma solução que previa o aumento de deputados portugueses com a saída da Inglaterra. PS, PSD e CDS votaram contra.

Propusemos a Garantia do acesso Universal à Água destinada ao consumo humano. PS, PSD e CDS votaram contra.

E ainda dizem que água não se nega a ninguém…

Este mesmo triunvirato, que se diz sempre tão preocupado com as contas certas, aprovou o aumento do financiamento para os Partidos Políticos Europeus enquanto aceitou cortes para a agricultura e as pescas.

Das contas certas não se lembram eles quendo se juntam nos apoios generosos aos amigos da banca privada como vimos na situação do BPN, Novo Banco ou do Banif ou aos Granadeiros, Bava’s e Berardos que parasitam o sistema e desbaratam os recursos públicos e privados, que os sucessivos governos PS, PSD e CDS se prontificam imediatamente a pagar.

Camaradas e amigos,

Foram tantas as medidas propostas e chumbadas ou pura e simplesmente ignoradas que poderia estar aqui até amanhã a enumerá-las.

É por isso que afirmamos que Portugal e o Algarve precisam de outra política:

É essencial valorizar quem trabalha, melhorar os salários e combater a precariedade. Dinamizar a actividade turística sim, mas sempre assente na valorização dos milhares de trabalhadores que fazem funcionar a economia regional. Não com salários de miséria, turnos loucos e feitos em cima do joelho sem respeito pelo descanso, pelo tempo para a família ou o lazer. Um Algarve de que só os turistas podem disfrutar não é o Algarve porque lutamos.

Há que avançar e reforçar os equipamentos e serviços públicos. Defender o SNS em vez do negócio da doença explorado pelos grupos económicos privados. Investir na construção do Hospital Central do Algarve. Contratar os operários, administrativos, enfermeiros, médicos, auxiliares, professores, educadores, investigadores que fazem falta aos serviços públicos como nos Hospitais e Centros de Saúde do Algarve.

Garantir o direito à mobilidade por parte de toda a população. Investir na linha do Algarve, requalificar a EN 125, abolir as portagens, recuperar o controlo público do Aeroporto, avançar na reconstituição de um operador rodoviário público que sirva os trabalhadores algarvios e ofereça verdadeiras condições de mobilidade na região.

Defender a diversificação da atividade económica no Algarve. Investindo no Turismo, é certo, mas desenvolvendo também a indústria, a agricultura, o marisqueio e as pescas cuja atividade está cada vez mais ameaçada.

Romper de vez com a política que está na origem dos grandes incêndios florestais como os que aconteceram no último verão no Algarve. Desenvolver a agricultura familiar e a pastorícia, reforçar os serviços públicos, os meios de combate e prevenção aos fogos.

Defender um desenvolvimento ecologicamente responsável e sustentável, com a responsabilidade de produzir no presente sem nunca deixar os olhos postos no futuro, no Algarve que queremos deixar para os nossos filhos e netos.

É por isto que se batem os eleitos da CDU, seja aqui no Poder Local do Algarve, seja na Assembleia da República, seja no Parlamento Europeu.

É por isso que afirmamos que não precisamos de quem de quem defenda a União Europeia em Portugal, precisamos sim, de quem defenda os trabalhadores e o povo português no Parlamento Europeu.

Na defesa da Paz e da Cooperação, do diálogo e da liberdade, queremos uma outra Europa.

Uma Europa que cumpra o sonho e a promessa que nos fizeram e traíram. Uma Europa de desenvolvimento, coesão e solidariedade.

É para isso que serve um voto na CDU, juntem-se a nós camaradas e amigos, todas as mãos são poucas para construir o futuro a que temos direito.

Viva a CDU.