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O Partido Comunista Português desenvolveu nos passados dias 27 e 28 de Maio um conjunto de encontros, reuniões e ações públicas nos concelhos de Faro e Olhão sobre a Ria Formosa.

Neste conjunto de iniciativas, onde as organizações locais do PCP se fizeram acompanhar por João Pimenta Lopes – deputado no Parlamento Europeu e Paulo Sá – deputado na Assembleia da República, foi possível recolher novas informações sobre os problemas sentidos por quem vive e trabalha na Ria Formosa, que irão permitir reforçar a intervenção institucional sobre assuntos que há muito o PCP vem trabalhando.

Continuam a destacar-se as dificuldades sentidas por quem tem a sua atividade profissional relacionada com a pesca, o marisqueio ou a navegação – na Fuseta foi particularmente focado o assoreamento da barra, canais e porto que criam obstáculos à actividade de operadores marítimo-turísticos e da reparação naval nos estaleiros desta localidade, passando naturalmente pela actividade pesqueira que fica condicionada, pelas marés, a uma navegação segura. As deficientes condições do porto da Fuseta nas amarrações, meios de descarga do pescado e até o próprio acesso às embarcações já provocaram acidentes e levaram diversos armadores a optar pela descarga noutros portos, o que condiciona o desenvolvimento desta lota que, apesar das dificuldades, tem vindo a afirmar-se como foi possível constatar no contacto efectuado com a Associação de Armadores de Pesca da Fuseta que gere as instalações da lota.

No encontro com Mariscadores e viveiristas em Olhão e ainda com Associação VIVMAR em Faro, foram reafirmados os problemas da elevada mortalidade de bivalves e dos regulares períodos de interdição por alegada presença de toxinas, sendo que a preocupação em torno do processo de leilões de viveiros foi dos que mais dúvidas despertou, já que apesar de questionado pelo PCP, o governo não deu ainda resposta sobre quais as intenções perante o termo do período de prorrogação das licenças utilização e de exploração dos viveiros da Ria Formosa.

No sábado, o dia começou no contacto comerciante e população nos mercados de Olhão, antes mesmo da deslocação para o núcleo do Farol, onde a Associação do Farol de Santa Maria acolheu o encontro com moradores das Ilhas barreira, que contou com a presença de mais de meia centena de moradores, perante os quais e após recolher as suas preocupações, o PCP voltou a reafirmar a solidariedade perante estas populações, materializada no acompanhamento do problema das demolições desde o primeiro momento e mais recentemente na Assembleia da República com a apresentação do Projeto de Resolução n.º 32/XIII/1.ª – “Pelo reconhecimento do valor social, económico e cultural dos núcleos urbanos das ilhas-barreira da Ria Formosa e pelo fim das demolições de habitações nessas ilhas-barreira”, que veio a ser inviabilizado por PS, PSD e CDS.

Estas jornadas terminaram, com a participação do deputado Paulo Sá, na Praia de Faro, tendo a delegação do PCP sido recebida por moradores e utentes do parque de campismo que a aguardavam junto à ponte. Para além de preocupações sobre o desenvolvimento das obras na estrada do acesso à praia e o processo de demolições de casas nesta zona, ficou também notória a falta de garantias dos utentes do parque de campismo sobre a sua permanência neste espaço. Estas e outras questões foram também recolhidas por António Mendonça, vereador do PCP na Câmara Municipal de Faro, que acompanhou a acção.