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Intervenção de Vasco Cardoso

Caros camaradas, estimados amigos

 

Uma forte saudação a todos vós, aos membros do PCP, do PEV, da ID, aos cidadãos sem filiação partidária que apoiam e integram a CDU, a Coligação Democrática Unitária, PCP/PEV.

Uma forte saudação ao camarada Paulo Sá, 1º candidato da CDU no Círculo Eleitoral de Faro.

Uma forte saudação aos democratas e patriotas que connosco convergem ou podem convergir.

Uma forte saudação aos trabalhadores e ao povo do concelho de Faro e da região do Algarve.

Caros camaradas, estimados amigos

Esta nossa iniciativa é, antes de mais, uma acção de promoção e valorização da Festa do Avante!. Festa que este ano assinalará a sua 39ª edição e que terá lugar nos dias 4, 5 e 6 de Setembro, na Quinta da Atalaia, no concelho do Seixal.

Cá estamos uma vez mais nesta iniciativa que há vários anos designamos “O Algarve na Festa do Avante”. Desta festa, a Festa do Avante!, cada vez mais do futuro e da alegria, desta festa cada vez mais da juventude, porque conta cada vez com mais jovens na sua construção e cada vez com mais jovens entre os seus visitantes. Desta Festa cada vez mais de Abril, porque na sua origem, no seu percurso, nos seus valores, está a marca da Revolução Portuguesa e o que dela projectamos no presente e no futuro de Portugal.

 

 

A Festa do Avante! é a festa do esforço colectivo, fruto do trabalho e da criatividade de milhares de camaradas e amigos que a constroem em dezenas de milhares de horas de trabalho, fruto da dedicação de todos os que, durante três dias, no desempenho das mais diversas tarefas, asseguraram o seu funcionamento.

Esta é a festa onde o País e o Mundo estão presentes: através da música, da cultura, do desporto, da luta, da solidariedade, do internacionalismo, da vontade de construir um país melhor num mundo melhor.

Esta é a festa onde o futuro está presente: nos objectivos da luta dos comunistas, nos valores humanos que incorporam o conteúdo revolucionário e humanista desses objectivos, nos milhares e milhares de jovens - comunistas e não comunistas - que fazem da Festa do «Avante!» a sua festa, a Festa da Juventude.

Esta é a festa onde a camaradagem, a amizade e a alegria estão presentes: nos muitos milhares de visitantes que a fazem, nos amigos feitos e nas amizades que lá nascem e aí marcam encontro de ano para ano, fazendo desse belo e imenso espaço da Atalaia um belo e imenso espaço de confraternização e convívio. Um belo e imenso espaço que por decisão do nosso colectivo partidário, ficará ainda maior com a aquisição da Quinta do Cabo que foi anunciada no ano passado, e para a qual estamos a desenvolver uma campanha nacional de Fundos que está a ser um êxito na região e no país e que, para o próximo ano, na 40ª edição da Festa, estará aberto a todos os visitantes.

Esta é a festa onde o trabalho está presente e onde, por isso, têm lugar reservado a situação e a luta dos trabalhadores, a determinação dos comunistas de prosseguirem a batalha contra a política de direita e de continuarem a ocupar, sempre, em todos os momentos e situações, o lugar que foi, é e será o seu: ao lado dos explorados e contra os exploradores, ao lado dos oprimidos e contra os opressores, ao lado da justiça e contra a injustiça.

A Festa do «Avante!», a festa do PCP, a festa da JCP, a festa que, sendo dos comunistas, é de todos: a festa que toma o nome do nosso «Avante!», jornal que, sendo dos comunistas é, também, de todos e que constitui uma referência singular e insubstituível na imprensa democrática e de esquerda e enquanto porta-voz dos anseios e das aspirações dos trabalhadores e do povo.

E é tudo isto que faz da Festa do «Avante!» um acontecimento único e insuperável no nosso país. É tudo isto que está expresso na bandeira vermelha - símbolo universal da luta dos trabalhadores - intencionalmente colocada no ponto mais alto da Quinta da Atalaia.

Do Algarve, para a Festa do Avante! Levaremos o melhor da gastronomia e da cultura desta região. Não pouparemos esforços na sua divulgação junto da juventude, dos trabalhadores e populações algarvias, construíremos e estamos a construir o nosso espaço nas jornadas de trabalho que têm lugar nos fins-de-semana, e levaremos também muitas, muitas centenas de homens e mulheres do Algarve, pelo que fica esse encontro já marcado para daqui a pouco mais de um mês nesse imenso espaço de convívio, alegria, fraternidade, cultura e luta e com os olhos postos no futuro e nas exigentes batalhas políticas que teremos de travar no imediato, em particular, as eleições para a Assembleia da República que terão lugar a 4 de Outubro.

Caros camaradas, estimados amigos

Dentro de pouco mais de 2 meses terão lugar as eleições para a Assembleia da República. Alguns dirão que são mais umas eleições, o que sendo verdade, tal não pode apagar a redobrada importância e impacto que as mesmas irão ter nos próximos anos.

Aí está o governo da coligação PSD-CDS a desdobrar-se na mentira e mistificação da realidade, procurando esconder a dimensão destruidora da sua acção governativa. Antecipando a sua derrota eleitoral, mentem quando falam de retoma económica, da diminuição do desemprego, do crescimento das exportações, da sustentabilidade da dívida. Enganam o povo português quando dizem que “o pior já passou”, querendo assim esconder os projectos que têm para o futuro e que não deixariam de concretizar se entretanto continuassem no governo. O seu percurso nestes últimos 4 anos e o rasto de destruição que deixaram falam por si.

O país está mais injusto, desigual, dependente e menos democrático. A dívida pública aumentou mais de 50 mil milhões de euros atingindo hoje a insustentável dimensão de 130% do PIB e custa só em juros por ano mais de 8 mil milhões de euros, mais do que aquilo que o Estado gasta com a saúde; o desemprego alastrou atingindo hoje mais de 1 milhão e 200 mil trabalhadores, número que só não é ainda maior porque entretanto mais de meio milhão de portugueses foi obrigado a emigrar nos últimos 4 anos; o país foi atingido por uma recessão sem precedentes e o seu nível de produção recuou 15 anos; abateu-se sobre as classes e camadas não monopolistas uma brutal carga fiscal, que associada ao congelamento dos salários e ao aumento dos preços de bens e serviços como as portagens aqui na Via do Infante produziram um brutal aumento do custo de vida; 4 anos bastaram para empurrar para a pobreza cerca de 800 mil portugueses elevando o número de pobres no nosso país para um vergonhoso patamar atingindo hoje 2,7 milhões de pessoas; entretanto foram vendidas importantes empresas públicas com uma importância estratégica para o país – os CTT, a TAP, a ANA, a CIMPOR, a EDP, a REN, os ENVC, a PT, a CP Carga, a Carris, o Metro de Lisboa, nem o Oceanário de Lisboa escapou – na realidade estas e outras empresas estão hoje essencialmente nas mãos do grande capital estrangeiro; Entretanto, como opção estratégica deste governo, como opção de classe a favor do capital monopolista, as relações de trabalho degradaram-se profundamente, mais despedimentos, mais precariedade, mais trabalho não pago, mais exploração marcam o dia-dia nos locais de trabalho no país e na região.



E aí está o Algarve, no início do mais importante mês da actividade económica na região. Neste mês de Agosto os que cá vivem e os muitos que nos visitam podem encontrar, viver e confrontar-se com as consequências de décadas de política de direita do PS, PSD e CDS. O aparelho produtivo reduziu-se brutalmente apesar das imensas potencialidades a região. Perderam-se dezenas de embarcações de pesca, a indústria tornou-se uma actividade residual, muitos dos terrenos agrícolas deram lugar a campos de golf. Nas centenas de hotéis que cobrem a região, há milhares de trabalhadores estagiários que, ou não recebem, ou são pagos, mal pagos, pelos dinheiros públicos. Os contratos de trabalho chegam a ter a duração de um mês e menos do que isso. Direitos ligados às horas extraordinárias, às folgas, aos horários de trabalho, ao trabalho nocturno são continuamente desrespeitados pelo patronato que sente as costas quentes por um governo incansável a falar dos êxitos do turismo.

Nenhuma dimensão da nossa vida colectiva escapou à acção da política de direita. Na saúde, neste período do verão, ficam expostas as fracturas de uma política que está a destruir o serviço nacional de saúde, os três hospitais rebentam pelas costuras e sente-se como nunca a falta de mais de 800 profissionais levando ao adiamento e ausência de resposta que está a custar vidas humanas. E ao mesmo tempo, e por essa razão, assistimos ao crescimento dos hospitais privados no Algarve, projectando para o futuro, não um negócio da saúde, mas um negócio da doença que é para onde nos querem conduzir.

Também, as consequências de algumas das mais recentes privatizações não se fizeram esperar no Algarve. Que o digam os trabalhadores da Portway, despedidos de forma selvagem pela ANA, Aeroportos aqui não Aeroporto de Faro, ou os proprietários de empresas de aluguer de automóveis ou de transfer de passageiros ,a quem a mesma empresa começou a cobrar taxas exorbitantes.

Apesar da crise, é importante que se diga que os apetites imobiliários e especulativos não desapareceram, apenas esperam por melhor oportunidade. Por detrás de toda a pressão que foi colocada ao longo destes últimos anos sobre a Ria Formosa, com as tentativas de limitações ao marisqueio, o bloqueio à realização de dragagens e à construção de ETAR's, ou o processo de demolições nas ilhas, estão naturalmente os grandes interesses que querem aquele território limpo da população local para dele fazerem uma coutada dos seus interesses.

E há também as filas intermináveis na EN125, também ela vítima da introdução de portagens na Via do Infante, com o arrastar das obras de requalificação, apesar dos milhões de euros que são todos os anos pagos à concessionária que gere a infraestrutura, e um inferno diário que se agrava nestes meses de Verão.

E passado o reboliço do Verão, chegará como esta população muito bem sabe o longo inverno, de ruas e lojas vazias, de filas às portas dos centros de emprego, da busca lá fora de uma oportunidade de trabalho que aqui não existe. Uma realidade que obriga milhares de famílias, de homens e mulheres a viverem grande parte do ano sem qualquer rendimento. E é este o modelo que querem continuar a aprofundar, com dois ou três meses de actividade económica por ano, salários baixos, contractos precários, um turismo de lucros fabulosos para alguns mas cujos resultados nunca chegam aos bolsos dos trabalhadores.

E é também por essa razão, que os trabalhadores e as populações algarvias, tal como no resto do país, longe de se conformarem, têm vindo a intensificar a sua acção reivindicativa, a sua luta. Desta mesma praça onde nos encontramos, ao longo dos últimos meses partiram várias manifestações de trabalhadores, de reformados, de jovens, para dizer basta, para exigir um outro rumo para o Algarve.

Camaradas e amigos

O rasto de destruição da política de direita é de uma violência tremenda para o nosso povo. Mas estaríamos longe da verdade, se responsabilizássemos apenas o actual Governo, o PSD e o CDS, pela situação em que nos encontramos. Fazê-lo seria branquear as pesadas responsabilidades do PS neste percurso, e seria também, contribuir para esconder as reais intenções deste mesmo partido se viesse a ser governo. Nos últimos 20 anos o PS governou 12 anos. Foi com o PS que se introduziram primeiro os PEC's e que depois se abriu caminho ao Pacto de Agressão e à intervenção externa da troika estrangeira. O PS esteve e está com o ataque às leis laborais. O PS esteve e está com todas as privatizações que foram realizadas. O PS esteve e está com as orientações e políticas da União Europeia, com o Euro, com o Tratado Orçamental, com todos os constrangimentos que limitam cada vez mais a soberania do país. O PS esteve e está com o ataque à escola pública, com o encerramento de escolas, com a desvalorização do trabalho docente. O PS esteve está com a política de ataque à saúde, com as taxas moderadoras, com a precariedade laboral. No fundo o PS assumiu a política de direita como sua e quem ler e reflectir sobre o programa que apresentam nestas eleições, não poderá deixar de concluir que, com maior ou menor intensidade, é para continuar com esta política que eles se preparam.

É por isso que a questão que se coloca nas próximas eleições legislativas não fica apenas na necessidade de derrotar este governo. É urgente uma ruptura com a política de direita.

A situação verificada nos últimos meses na União Europeia e as suas incidências sobre a Grécia, tornam ainda mais evidente que o caminho de emancipação dos povos, de defesa de direitos e melhoria das condições de vida, não é o caminho das cedências, da submissão a Berlim, a Bruxelas ao grande capital. O caminho é precisamente o inverso, um caminho de luta e resistência de afirmação da soberania nacional, de ruptura com os constrangimentos que estão a ser impostos aos povos da Europa.

Duas grandes opções estão colocadas ao povo português: romper com as políticas de desastre que tantas privações lhes trouxeram e condenar os que são responsáveis por quase quatro décadas de política de direita ou, pelo contrário, dar espaço a que por muitos e mais anos a única perspectiva seja a da exploração, do empobrecimento, da submissão do país. Apoiar e dar força à política patriótica e de esquerda que o PCP e a CDU propõem tomar ou deixar mãos livres a PS, PSD e CDS para prolongarem e intensificarem a sua política.

O país precisa de uma ruptura com a política de direita e uma mudança na vida nacional que abra caminho à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, capaz de assegurar um Portugal com futuro, de justiça social e progresso. Uma política que consiga libertar Portugal da dependência e da submissão, recuperar para o país o que é do país, devolver aos trabalhadores e ao povo os seus direitos, salários e rendimentos.

A CDU tem soluções para o país. A CDU é a força de ruptura e da construção de um Portugal com futuro. A CDU pelo seu projecto, acção e coerência está em condições de assegurar as mais altas responsabilidades de governo. A CDU é a força da alternativa, construída num programa claro de ruptura com a política de direita e alicerçada num percurso marcado por um firme e coerente combate a essa política.

 

O país precisa de uma política patriótica, com a afirmação de um desenvolvimento soberano, a recuperação de instrumentos de soberania económica, financeira e monetária, a defesa intransigente dos interesses nacionais perante integração capitalista da União Europeia.

 

O país precisa de uma política de esquerda que inscreve a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a concretização dos direitos sociais e das funções sociais do Estado, uma distribuição do rendimento mais justa a favor do trabalho e o controlo pelo Estado dos sectores estratégicos nacionais.

 

Temos soluções para o país: renegociar a dívida; estudar e preparar o país para se libertar da submissão ao Euro; aumentar salários, pensões e outros rendimentos; desenvolver uma justa reforma fiscal que alivie as camadas não monopolistas e vá buscar os milhões aonde eles de facto estão; recuperar o controlo público dos sectores estratégicos da economia; defender e valorizar os serviços públicos; promover a produção nacional. Estes grandes eixos da política alternativa que propomos ao país, não são uma utopia. São uma necessidade concreta para retirar Portugal do atoleiro, são uma condição para melhorar as condições de vida do nosso povo, são a única garantia de que Portugal pode ter futuro. A concretização da política patriótica e de esquerda que propomos ao país está de facto nas mãos do nosso povo. Está na sua luta, mas também está no seu voto na CDU. Um voto naqueles que nunca faltaram na luta contra este governo. Um voto que é uma garantia da eleição de deputados para que na Assembleia da República combatam a política de direita e apresentem propostas que vão ao encontro das aspirações da população. Um voto que contará sempre para derrotar a direita e a política e direita, sabendo que, quantos mais votos, quanto mais força tivermos, mais perto estará a possibilidade de romper com o rumo de desastre que está a ser imposto.

 

Nos próximos dias, ouviremos promessas, anúncios, declarações inflamadas procurando conduzir a população para a alternância sem alternativa. Não faltarão aqueles que, querendo viciar a democracia, se apressam já a dizer quem pode e não pode governar. Não faltarão aqueles que irão fingir que, apesar de estarem ao longo destes 39 anos no Governo, nada têm a ver com a situação Não faltarão aqueles que, temendo a força do PCP e da CDU, procurarão minimizar, apagar e desvalorizar o nosso trabalho e as nossas propostas. Não faltaram aqueles que sabendo bem que assim não é, não se cansarão de dizer que os partidos são todos iguais e que vai tudo dar ao mesmo.

 

Mas tal como ficou demonstrado nessa grande Marcha a Força do Povo, na CDU somos muitos e cada vez mais. Distinguimo-nos de outros face ao lodaçal de promiscuidade e corrupção, pela forma honesta com que intervimos na vida política. Combatemos a mentira com a verdade da realidade do país. Estamos confiantes nesta batalha, mas também conscientes que o resultado eleitoral que viermos a alcançar, será fruto de muito trabalho, de muito diálogo, de muito empenho de todos nós. Aqui no Algarve, estivemos 20 anos sem eleger um deputado para a Assembleia da República, mas hoje ninguém tem dúvidas da importância que tal eleição representou para os interesses das populações. Voltar a eleger o camarada Paulo Sá, reforçar o número de votos e contribuir para um grande resultado da CDU na região e no país é o compromisso que assumimos desde já.

 

Aqui estamos, nestes tempos difíceis, com incertezas e perigos, somos a determinação na luta, a mobilização confiante, a voz da esperança, o projecto de futuro, dizemos não ao declínio e ao desastre nacional, temos soluções para o País, uma política patriótica e de esquerda, com o PCP, com a CDU, com a força do povo, por uma vida melhor, pelo progresso social.

É este o nosso compromisso de sempre. É esta a nossa atitude perante o rumo de desastre nacional que estão a impor ao país. É este o nosso desafio perante aqueles que querem aprofundar ainda mais a exploração e empobrecimento do nosso povo.

 

Com determinação, com força, com confiança

 

Vivam os valores de Abril

Viva a Festa do Avante!

Viva a Juventude CDU

Viva a CDU!!!!