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Castro Marim 1Junho17

 

CDU apresentou candidatos em Castro Marim no dia 1 de Junho

Foram divulgados publicamente os primeiros candidatos da CDU aos órgãos municipais de Castro Marim, Marco Rosa, Professor, à Câmara Municipal e João Dias, Engenheiro Técnico Agrário, à Assembleia Municipal, a CDU procedeu à sua apresentação pública no dia 1 de Junho,na Praça Maio (junto à Câmara Municipal)

Neste acto público, Marco Rosa e João Dias deram nota de algumas das principais propostas e linhas de acção da CDU para o concelho.

Os candidatos da CDU no concelho de Castro Marim, comprometem-se a lutar pelos interesses de todos os Castromarinenses e pelo desenvolvimento do seu concelho.

A apresentação pública foi encerrada com uma intervenção de Vasco Cardoso, membro da Comissão política do Comité Central do PCP.

Intervenção de Marco Rosa

Quero começar por agradecer o convite e a confiança da CDU, pois é o suporte deste grandioso coletivo que me levou a aceitar esta enorme responsabilidade, que é ser o primeiro candidato da lista da CDU à CM de Castro Marim.

Um agradecimento muito especial àqueles que estão aqui hoje, muitos amigos, amigas e camaradas que dão corpo a esta candidatura e que dão um importante contributo para a levar a bom porto, num trabalho indispensável que é o contacto com a população deste Concelho, um trabalho que consideramos imprescindível para interpretarmos o sentir deste povo e as suas necessidades.

Uma palavra para os que me acompanham mais de perto e que são também um suporte fundamental e imprescindível, refiro-me à minha família e amigos próximos.

Saúdo a presença do Álvaro Leal, meu camarada e amigo, candidato à CM de VRSA, a quem, naturalmente, desejamos força e votos de sucesso.

Relembramos que hoje é o Dia Mundial da Criança e que a nossa candidatura transporta a esperança de todas as crianças e da criança que há dentro de cada um de nós, que farão do futuro, estou certo, um mundo melhor.

Uma candidatura a eleições autárquicas representa, por si só, um ato muito importante que tem que ser valorizado no quadro das conquistas de Abril de 1974. Quero por isso saudar todos os candidatos e candidatas, desta e de outras candidaturas, que vêm dar expressão a esta importante conquista que é um poder local democrático, instrumento fundamental para dar corpo às aspirações e necessidades das populações.

Apresentamo-nos a estas eleições porque acreditamos que somos uma força e uma voz imprescindível para o desenvolvimento deste concelho. Temos a noção que a nossa voz é a voz da população do concelho, sobretudo daqueles que não se resignam, que dão a cara e que lutam por dias melhores. Só assim faz sentido, só por isso é que aqui estamos, porque acreditamos que podemos dar um contributo positivo para solucionar os problemas.

O quadro atual traz desafios a esta autarquia que passam pelo despovoamento; pelo envelhecimento da população, que acontece por via daqueles que, sendo mais jovens, têm que emigrar ou mudar-se para outras paragens; ou por uma quebra nos nascimentos, ou até pelo desemprego. Estes fenómenos não são fruto do acaso, nem fatalidades e muito menos inevitabilidade a que este concelho está exposto, como se de um castigo divino se tratasse, como, muitas vezes, nos querem fazer crer. Também não é culpa do povo deste concelho, que nada fez para merecer tal sorte. É, antes, o resultado de políticas concretas de desastre e empobrecimento que têm vindo a ser desenvolvidas ao longo de cerca de 40 anos por governos PS, PSD e CDS. Consistindo no encerramento cego de serviços públicos e no abandono da produção nacional, essencial enquanto fator de promoção da economia regional.

Cabe-nos a nós inverter esta tendência. O futuro está nas mãos de todos e de cada um. Então, tomemos as rédeas da nossa vida e façamos do ato eleitoral do próximo dia 1 de outubro um instrumento indispensável para uma mudança esclarecida, consciente e informada, levando a luta pela dignidade deste povo até às urnas.

A CDU apresenta-se com um projeto autárquico com propostas para este Concelho.

Antes de mais, realçamos o facto de este Concelho ter duas Barragens que abastecem grande parte do Algarve, mas, que incompreensivelmente, tem povoações a escassos metros, que ainda não estão abastecidas por esta água, por sinal de muito boa qualidade, melhor que algumas que são comercializadas, segundo estudos de qualidade.

As infraestruturas de saneamento Básico são, portanto, prioritárias, para as populações que lá vivem, mas também para atrair muitos outros, uma questão que assume especial importância num concelho que está a ficar despovoado. Mais do que isso, é uma questão de dignidade e de respeito pelos seres humanos que lá habitam, alguns deles com idades bem avançadas, poderiam ser, e em alguns casos são, os nossos avós, os mais vulneráveis e que merecem todo o nosso carinho e todo o nosso respeito.

Há alguns dias, em Altura, aproximou-se de nós um cidadão de Pedra Arrancada, um monte dessa mesma freguesia, com uma idade que não posso precisar, mas que poderia ser meu avô, e questionou-nos sobre este mesmo assunto, queixando-se que fosse verão, fosse inverno, estivesse a chover ou não, é na rua que tem que satisfazer as suas necessidades fisiológicas, algo que não compreendemos nos dias de hoje, trata-se de uma questão de saúde pública e também de dignidade humana, pela qual os 20 anos de PSD à frente da Câmara Municipal de Castro Marim têm fortes responsabilidades. Por isso mesmo chegou o momento de prestar contas à população e de serem politicamente responsabilizados por deixarem este Concelho parado no tempo.

A CDU não tem qualquer eleito nesta autarquia, mas não obsta a que nos conheçam bem, pois a nossa ação no terreno, junto dos Castromarinenses, não pode ser ignorada. Temos estado na primeira linha de intervenção pela defesa e contra o encerramento dos serviços Públicos, foi assim, com a Escola de Odeleite, que hoje continua aberta, foi assim com o posto de correios de Odeleite, que hoje funciona na Junta de Freguesia, foi assim com as extensões de saúde de Odeleite e do Azinhal, sabe-se hoje que a extensão de saúde do Azinhal já reabriu e saudamos todos os que deram corpo a esta luta, pois provou mais uma vez que vale a pena lutar. Tem sido a luta dos povos que em Castro Marim, como por esse mundo, tem ditado o caminho dos avanços e do progresso social.

Defendemos os serviços públicos de proximidade, defendemos os trabalhadores e o trabalho com direitos, defendemos a abolição de portagens na via do infante e aquilo que defendemos em Castro Marim é congruente com o que defendemos na Assembleia da República e em qualquer lugar. Não temos as contradições que outras forças políticas têm, em que quilo que os seus autarcas defendem na região, rapidamente é abafado por opções políticas e ideológicas de fundo.

Por isso afirmamos com toda a convicção, com toda a confiança que contem connosco, contem com esta força política e não se arrependerão, pois o voto na CDU terá consequências concretas na defesa intransigente dos interesses e dos direitos da população deste concelho.

Aqui em Castro Marim, como noutros concelhos, também assistimos à criação de uma Empresa Municipal, algo que olhamos com algum cuidado. À primeira vista não vislumbramos que esta faça algum serviço ou desempenhe alguma função que não pudesse ser feita pela autarquia e com trabalhadores da autarquia. À falta de melhor explicação, só serviu para nomear um administrador e vários diretores e permitir condições de maior exploração e precariedade aos que nela trabalham. Algo que não compreendemos e não toleramos. Da experiência que temos e pelo que a vida nos tem provado, essas empresas não são mais do que autênticas plataformas de roubo às populações, nos serviços que lhes prestam, seja na recolha de resíduos ou no fornecimento de outros serviços. Uma forma encapotada de privatização de bens públicos, como a água, a título de exemplo. Um bem público que, na nossa perspetiva, de forma alguma pode ser privatizado. Até o poderão tentar fazer, mas com uma certeza porém, que o farão com a nossa oposição, com o nosso protesto e contem, por isso, que por ai nunca navegarão em águas tranquilas.

Neste caso concreto temos uma empresa Municipal que faz concorrência desleal com os restaurantes desta Vila, praticando preços demasiado altos para ser um refeitório para os trabalhadores e baixos para ser um restaurante. Um entrave à economia local, que olhamos com preocupação, pois sabemos que há restaurantes que fecharam e outros que sobrevivem com dificuldades, certamente que esta concorrência desleal não ajuda em nada a restauração, antes pelo contrário.

Defender e criar condições para a fixação de população neste concelho é defender também a habitação social, mas consideramos que esta não pode ter um fim em si mesma, defendemos que a mesma se deveria implantar em várias zonas do Concelho, pois permitiria a fixação da população, que com um plano estratégico de valorização dos produtos regionais, através da sua certificação, poderia potenciar a economia local e o emprego, referimo-nos a produtos como o queijo de cabra, o mel, os citrinos, os frutos secos, o sal/a flor de sal, entre outros, que são tão apreciados e que tal como “Os dias medievais”, uma iniciativa que saudamos e valorizamos, se poderiam tornar também numa referência nacional.

Por falar em Dias Medievais, nós valorizamos a iniciativa cultural, mas não façamos de Castro Marim uma Aldeia Medieval todo o ano, ou será que o Executivo Municipal não se deu conta da vergonha que são as condições de Saúde Pública dignas desse tempo, de cavaleiros e donzelas, qual país de 3º mundo, que são as águas paradas que circundam o estádio. Um foco de infeções e de cheiro nauseabundo, no pleno coração da Vila, perto da Escola, perto das Oficinas Municipais, perto de um espaço desportivo, que deveria ser mais cuidado e valorizado.

Não basta dizer que Castro Marim tem uma situação geoestratégica privilegiada se não tivermos propostas concretas nesse sentido, defendemos, por isso, também para este Concelho a criação de um Pólo Industrial que possa atrair investimento e fixação de empresas, que gerem de postos de trabalho, que gerem mais-valias. Podem abrir-se múltiplas possibilidades a partir daí.

A cultura é a identidade de um povo. A nossa proximidade do rio Guadiana, fator de fixação da população noutro tempo, pode voltar a ser uma questão central para o desenvolvimento de Castro Marim, seja no desenvolvimento de atividades desportivas e de lazer, de promoção de estilos de vida saudável, enquanto fator primordial para a promoção da saúde, quer mesmo para servir de autoestrada a outras povoações, sejam em terreno Português ou Espanhol, que possa servir para trocas comerciais e culturais. Produzimos um sal de excelência. O melhor sal do mundo. Temos condições para produzir produtos hortícolas de grande qualidade, condições para potenciar a dieta mediterrânica. Porque a saúde também se defende na sua promoção.

E porque não disponibilizar terrenos da autarquia para hortas comunitárias em Castro Marim e Altura? Por exemplo! Uma ideia que deixamos no ar.

Este concelho tem todo o potencial para prosperar e esse desenvolvimento tem que se reverter em melhores condições de vida e de trabalho para os Castromarinenses.

É possível viver, trabalhar, estudar, crescer e passar férias no Concelho de Castro Marim com qualidade, assim o queiramos. Hoje, a existência, em grande número, de autocaravanas no Concelho pode-nos lançar para estudar a possibilidade de criar pequenos parques de Auto caravanismo, em localizações estratégicas, seja perto do mar, seja na serra, com as devidas infraestruturas.

Uma palavra também para os eventos de promoção cultural, que começam, felizmente, a prosperar lança-nos também um desafio a todos, esse desafio prende-se com a democratização do acesso à cultura. O que é que podemos fazer para promover a equidade no acesso à cultura e às atividades promotoras de literacia, ai temos temas tão vastos que vão da divulgação de eventos até aos horários e dias de funcionamento de serviços como a Biblioteca Municipal, a título de exemplo.

Afirmamos, uma vez mais, que a CDU é um espaço de liberdade e de participação de homens e mulheres, uns com filiação partidária, outros independentes, mas unidos por um forte compromisso que é o de servir as populações. Não abdicamos desta identidade. Agora como no passado, ninguém nos verá escondidos por trás de projetos chamados de independentes que, a coberto de candidaturas de cidadãos eleitores, acolhem, na maioria das situações, coligações duvidosas, arranjos partidários ou espaços de promoção de ambições pessoais ou de interesses de grupos económicos.

Assumimos uma participação unitária assente na responsabilidade política e na clareza de um projeto que mais uma vez confirmaremos. Faremos deste Conselho a nossa sede campanha e privilegiaremos o contacto e o esclarecimento das populações, das coletividades, e de diferentes entidades, pois é com as gentes de Castro Marim que assumimos este compromisso, é com elas que estamos desde o primeiro momento e com elas continuaremos a estar, pois é essa a razão da nossa existência.

TRABALHO HONESTIDADE E COMPETÊNCIA, é com estes princípios sólidos que nos apresentamos e com eles estamos preparados para assumir todas as responsabilidades que o povo nos decidir atribuir.

VIVA O PODER LOCAL DEMOCRÁTICO

VIVA CASTRO MARIM

VIVA A CDU