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Após três meses de posse da nova câmara municipal de presidência PSD, com maioria absoluta, verifica-se que a euforia do anúncio de realizações e de promessas eleitorais deu lugar a um silêncio comprometedor e ineficaz.

O concelho está estruturalmente parado e adensam-se novos perigos: o aumento dos problemas sociais.
O desemprego alastra, batendo recordes no concelho, as casas de custos controlados estão por distribuir e prestes a servirem de objecto de negócio. As cerca de 50 casas que a CM VRSA disse antes das eleições que iria adquirir para os mais necessitados, ainda não foram atribuídas.

Há empresas a fechar no vários sectores de actividade e outras a fazerem lay-off, cujo caso mais recente é a Marmiguadiana,  e acumulam-se as tentativas para, a propósito destes procedimentos, liquidarem direitos contratuais, ganhos com grande sacrifício e muita luta pelos trabalhadores, após o 25 de Abril.

Avoluma-se a falta de trabalho e de medidas concretas de combate ao desemprego. Câmara responde com fogo à vista.
As oficinas estão sem trabalho, a construção civil paralisada e o comércio não vende. São estes os tristes recordes do PSD a que o mesmo PSD tenta responder com a maior árvore de Natal, a maior estupeta, o mais popular actor, o mais luminoso fogo de artifício. Resumindo, com fogo de vista...!

Política financeira da Câmara, agrava ainda mais a situação do concelho.

Assim, a câmara PSD acumula dívidas que tem grandes dificuldades em pagar, deixando em apuros as empresas fornecedoras e o comércio local. Os contrato-programas com clubes e associações são sujeitos a permanentes e comprometedores atrasos.

Uma estratégia errada que está a ser paga pelos mesmos de sempre: os trabalhadores.
Tudo foi sacrificado ao sector do turismo, dado como salvador. Mas, sem uma estratégia clara de equilíbrio do sector, sem o apoio do governo e vampirizado por negócios paralelos, o sector do turismo não está à altura das responsabilidades que lhe atribuíram, ou seja, servir de mata-borrão para absorver o desemprego gerado pelo desmantelamento do sector das pescas, da agricultura e das indústrias alimentares.

Grande hotelaria safa-se na época alta, mas os trabalhadores e suas famílias é que sofrem o resto do ano.
O parque hoteleiro está a encerrar com os mais variados pretextos, uns para obras, outros para limpezas, como são os casos dos Hotéis Casablanca, Navegadores, Alcazar, Baía,  e a obrigar trabalhadores a prescindirem de vínculos efectivos e a passar a precários. Um sector que já não absorve a sua própria mão-de-obra na época alta e justifica todas as suas tropelias com a crise internacional.

Como sempre afirmou, e por isso tem lutado e continua a lutar, para o PCP é possível e é necessário uma outra orientação para o desenvolvimento do concelho.
Para o PCP os problemas estruturais do concelho não podem ser resolvidos a conta-gotas e muito menos com paleio de feira em véspera de eleições, período em que os partidos do sistema, nomeadamente PS e PSD, fazem a promessa fácil e até concedem algumas migalhas, mas que no fundo são a continuação das mesmas opções, que precarizam toda a vida dos trabalhadores e populações, que arruínam os micro e pequenos empresários e que hipotecam o futuro  do concelho.

O PCP insiste na necessidade da realização de obras estruturantes que reponham o sector produtivo em funcionamento, designadamente as pescas, a metalurgia, os mármores e se faça investimento em unidades fabris de novo tipo, pois é da produção que vêm o emprego certo e seguro e o trabalho com direitos e melhores salários que movimenta todos os outros sectores da economia local.

É possível e é necessário um outro rumo para o concelho de Vila Real de Santo António!

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