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COMÍCIO CDU FARO

27 Setembro 2019

Comicio Faro 27 09 19

Intervenção de Tiago Raposo,

1º candidato da CDU à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Faro

Camaradas e amigos,

Uma saudação muito fraterna a todos aqueles que aqui quiseram marcar presença neste importante comício da CDU que tem lugar a pouco mais de uma semana da realização das eleições legislativas.

Saúdo todos os presentes, designadamente os membros do Partido Ecologista “Os verdes”, amigos de longa data, cujo percurso em defesa da natureza e do meio ambiente enriquece todo o património da CDU.

Saúdo os muitos democratas e patriotas que aqui se encontram, homens e mulheres que não tendo filiação partidária, sabem que é na CDU que convergem todos os que aspiram a uma vida melhor, todos os que estão comprometidos com os valores e ideais de Abril, com a democracia, a liberdade e a paz.

Saúdo igualmente, os meus camaradas de Partido, força necessária e insubstituível aos trabalhadores e ao Povo português, cujos 98 anos de história e luta são uma garantia da defesa dos interesses do Povo e do País.

Nesta campanha eleitoral, que leva já dois meses, temos percorrido todos os concelhos do Algarve, indo ao encontro dos trabalhadores e das populações. Apresentámos candidatos, prestámos contas, avançámos com soluções e compromissos para a região, ao mesmo tempo que estivemos no terreno, à porta das empresas e locais de trabalho, nos mercados, nas escolas, nos serviços públicos, nas ruas das cidades,vilas e aldeias do Algarve.

No terreno, confirmámos muito daquilo que temos vindo a dizer. A generalidade da população reconhece que se deram avanços, que as suas vidas estão melhor face ao período do governo anterior. Mas também nos dizem que esses avanços são insuficientes. Que persistem problemas graves que não encontram resposta na política que há décadas tem vindo a ser imposta. Dizem-nos que é preciso ir mais longe. Que avançar é preciso!

Hoje, pela experiência vivida, muitos mais algarvios reconhecem e sabem quão importante é ter deputados vinculados com os interesses dos trabalhadores e do povo, deputados eleitos pela CDU! Foi isso que fizemos e é isso que nos propomos continuar a fazer. A CDU teve uma intervenção destacada na luta por melhores salários, pelo emprego com direitos e a exploração neste Algarve da precariedade, da sazonalidade e dos baixos salários.

Foi com a CDU que o direito a viver e produzir na Ria Formosa ganhou eco na Assembleia da República. Fizemos o mesmo em relação às portagens na Via do Infante, à exigência de requalificação da EN 125, aos problemas dos serviços públicos, particularmente do serviço nacional de saúde, aos problemas ligados com os sectores produtivos, como a pesca, mas também a agricultura e a indústria.

A CDU foi a voz em defesa da serra Algarvia, cada vez mais despovoada e desertificada, onde faltam o emprego e os serviços públicos, mas sobram os incêndios florestais que surgem com toda a violência, como aconteceu no verão passado em Monchique e Silves.

A lista é muito longa, mas posso-vos garantir: a CDU não deixou nenhum problema para trás.

Neste momento é também importante lembrar: não há nenhuma medida que os trabalhadores e a maioria dos portugueses reconhecem como positivas que não tenha contributo ou mesmo o cunho na sua origem com a marca da proposta do PCP e do PEV.

Sim, demos prioridade nas nossas propostas e acção à recuperação de direitos e rendimentos, à reposição e valorização de salários, feriados e subsídio de Natal, ao desagravamento do IRS para os salários mais baixos e intermédios, às prestações sociais no desemprego, na doença, ao abono de família, à valorização das longas carreiras contributivas, ao combate à precariedade.

Mas estamos longe de ver resolvidos os problemas que anos e anos de política de direita criaram e a que a actual política governativa é incapaz de dar resposta.

O Algarve precisa de soluções para dar resposta aos atrasos acumulados. A um modelo económico que despreza os sectores produtivos e assenta nos baixos salários. À falta de investimento público nas nossas infraestruturas e serviços. Ao desemprego e à precariedade. Aos crónicos problemas sociais. Às profundas desigualdades sociais e regionais. À degradação dos serviços públicos.

No passado dia 17, apresentámos em Faro o nosso compromisso eleitoral para a região. Permitam-me que faça aqui alguns sublinhados.

Assumimos como questão decisiva para o Algarve e o País a necessidade de valorizar o trabalho e os trabalhadores. Com o aumento geral dos salários, incluindo o Salário Mínimo Nacional para 850 euros. Uma emergência nacional para uma mais justa distribuição da riqueza, para a dinamização da economia nacional, para reter e potenciar milhares de trabalhadores formados no nosso País, para fortalecer a Segurança Social e assegurar melhores pensões no futuro. Quando ouvimos por aí dizer que faltam trabalhadores para a hotelaria e para a agricultura, daqui lançamos o desafio, aumentem os salários, reconheçam o valor do trabalho e verão que os problemas da dita falta de mão de obra desaperecerão.

Queremos avançar na valorização e capacitação dos serviços públicos, que precisam de mais meios e da contratação de milhares de profissionais. Não desistimos da construção de um novo hospital central no Algarve e sabemos que o Serviço Nacional de Saúde precisa de ser defendido e valorizado, e que os algarvios têm direito a ter médico e enfermeiro de família, medicamentos mais baratos, serviços de proximidade e a serem tratado com dignidade e de forma gratuita em todas as fases da vida. As escolas, os hospitais, os centros e extensões de saúde, os tribunais, as bibliotecas, os teatros, as estradas e linha do Algarve, o aeroporto e os portos precisam de meios e de uma política que dê prioridade ao investimento público.

Queremos também por fim às portagens na Via do Infante e acabar com o inferno em que se transformou a EN125. Sabemos que nestas alturas, não falta quem por aí procure limpar as mãos à parede, fingindo que nada tem a ver com esta extorsão que foi imposta ao Algarve. É vê-los aí, candidatos do PS e PSD a encherem os jornais e as redes sociais contra as portagens. É preciso ter lata. Mas é também preciso que o Povo não se deixe enganar. O único voto, certo e coerente, contra as portagens, é o voto na CDU.

Queremos valorizar o Turismo. Mas queremos também uma região a produzir. Se precisamos de alimentos, se precisamos de medicamentos, o nosso caminho é o de produzir cá aquilo que querem que compremos lá fora.

Queremos um País a avançar, onde o direito à habitação e à mobilidade não sejam esmagados pela lógica da especulação. Queremos um Algarve onde as casas não sejam apenas para os turistas, com bairros inteiros a serem comprados por fundos imobiliários e as rendas a assumirem valores insuportáveis, sobretudo para os jovens.

Queremos um País a avançar. Queremos continuar a recuperar rendimentos, mas também, instrumentos que estão hoje em mãos estrangeiras. Queremos recuperar para o País, o que é do País. Na banca e nos seguros, na energia e nas telecomunicações, nos aeroportos e autoestradas. Queremos devolver o Aeroporto de Faro à gestão e controlo público, colocando aquela infraestrutura ao serviço da região. Queremos recuperar o controlo público dos CTT e garantir um serviço postal universal às populações algarvias.

Queremos avançar na construção de um País coeso e equilibrado, que assegure a defesa da serra algarvia e do mundo rural, com a regionalização, o ordenamento do território e o combate à desertificação e ao despovoamento.

Nesta batalha eleitoral em que se está a decidir entre avançar ou andar para trás, já se percebeu que o Voto na CDU é aquele que melhor defende os trabalhadores e as populações do Algarve. Mas o voto na CDU também conta, e conta bem, para não deixar o PS de mãos livres para praticar a velha política, com ou sem o PSD e o CDS.

Caros camaradas, estimados amigos

Estamos neste combate determinados a confirmar e alargar a nossa influência, particularmente aqui no Algarve, lutando pela consolidação da eleição de um deputado na região.

Vamos para estas eleições para crescer em votos e deputados, confiantes no trabalho realizado, no inquestionável papel desempenhado pelo nosso deputado em defesa do Algarve e pela CDU para levar para a frente o País e defender os interesses dos trabalhadores e do povo, e com o projecto de futuro alternativo de que somos portadores.

Quero dizer-vos, enquanto primeiro candidato da CDU nestas eleições que, com a ajuda do grande colectivo da CDU, com o percurso que temos feito ao longo destes meses, que estou preparado para assumir e dar continuidade ao trabalho de grande valia que o camarada Paulo Sá desenvolveu nos últimos 8 anos.

Aqui estamos, sabendo que é ao povo que cabe decidir, que todos os caminhos do reforço da CDU estão em aberto, mas certos de que não há vencedores antecipados nem deputados previamente eleitos.

Aqui estamos, sabendo que foi com a luta dos trabalhadores e das populações e a intervenção e acção das forças da CDU que se avançou.

Acção e luta que nos dão uma grande confiança também pelo património de intervenção, e de iniciativa em defesa dos direitos, dos interesses e das aspirações do nosso povo e da nossa pátria.

É esse património de luta e intervenção que nos permite, olhos nos olhos, dizer com orgulho ao que vimos. Somos uma força com soluções para o nosso tempo. Somos uma força que fará o País e o Algarve avançar!

Vamos ao trabalho

Viva a CDU!!!